quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CÁLCULO DE PROPRIEDADES DE GÁS NATURAL


Propriedades Do Gás Natural
 
Na análise do comportamento total de um sistema de produção é muito importante o conhecimento da composição e das propriedades físico-químicas do fluido que será produzido para que se possa aplicar o método adequado na otimização do poço.
 
A.1 Gás natural
É uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, presentes na forma natural nas estruturas subterrâneas19. O gás natural consiste principalmente de metano (80%) e proporções significativas de etano, propano, butano, pentano e pequenas quantidades de hexano, heptano e frações mais pesadas. Esta mistura de hidrocarbonetos gasosos apresentam algumas impurezas, principalmente de: nitrogênio (N2 ), dióxido de carbono (CO2 ) e gás sulfídrico (H2S).
 
A.1.1 Composição do gás natural
Composição típica:
־ Metano (CH4 ) usualmente > 80%
־ etano (C2H6 ) 2 a 10 %
־ outros hidrocarbonetos:
propano (C3H8 ), isobutano (i C4H10 ) , butano normal (n C4H10 ) , isopentano (i C5H12 ) , pentano normal (n C5H12 ), hexano (C6H14 ), frações mais pesadas ( + )
C7H16 ;
־ hidrocarbonetos cíclicos e aromáticos: ocasionalmente podem ocorrer em pequenas proporções;
 
A.2 Lei dos gases ideais
Um gás ideal9 é um fluido em que:
O volume ocupado pelas moléculas é pequeno em relação ao volume ocupado pelo fluido total.
As colisões intermoleculares são inteiramente elásticas, não ocorrendo portanto perda de energia na colisão.
Não tem forças atrativas ou repulsivas entre as moléculas.
A lei dos gases ideais é representada como segue:
 
pV = nRT                  eq.(A.1)
 
onde
p = Pressão absoluta, psia
V = Volume, ft3
T = Temperatura absoluta, ºR
n = Número de libras-mol, onde 1 lb-mol é o peso molecular do gás (lb)
R = Constante universal dos gases
Os valores da Constante do gás R em diferentes unidades, mostramos na tabela A.1.
O número de lb-mol de um gás é igual à massa de gás dividido por o peso molecular do gás, a lei ideal do gás pode ser expressa como:
 
pV = m/M               eq.(A.2)
 
 onde:
m = massa do gás, lb
M = peso molecular do gás, lbm lb mol
 

TABELA A.1

Valores da Constante do Gás,                       R

Unidades R

atm, cc g mole, º K                      82.06

BTU lb moleR                          1.987

psia, cu ft lb mole, º R                10.73

lb sq ft abs, cu ft lb mole, º R     1544

atm, cu ft lb mole, º R                0.730

mm Hg, liters g mole, º K           62.37

in.Hg, cu ft lb mole, º R            21.85

cal g mole, º K                          1.987

kPa,m3 kg mole, º K                 8.314

J kg mole, º K                          8314
 Fonte: Gas Production Operations,1985
 
A.2.1 Peso molecular aparente
Uma mistura gasosa comporta-se como se fosse um gás puro com um peso molecular definido. Este peso molecular é conhecido como um peso molecular aparente e é efinido como:
 
Ma = Σ yiMi                   eq.(A.3)
 
onde
Ma = Peso molecular aparente da mistura.
yi = Fração molar do componente i.
Mi = Peso molecular do componente i.
 
A.2.2 Densidade do gás
A densidade do gás9, por definição, é a relação entre as massas específicas do gás e do ar, ambas medidas nas mesmas condições de pressão e temperatura1, isto é:
 γgás =   ρgás / ρar              eq.(A.4)
 
Admitindo-se o comportamento de gás ideal, na equação A.1, o número de moles n é a relação entre a massa de gás m e a sua massa molecular M, equação
A.2. A massa específica é definida como, a relação entre a massa e o volume, ou seja:
ρg = m/ V=  pM/ RT              eq.(A.5)
 
A.3 Gases reais
Na prática os gases não se comportam de acordo com a lei definida pela equação A.1 para as pressões e temperaturas de trabalho. O comportamento do gás natural se desvia bastante do ideal quando submetido às elevadas pressões e temperaturas dos reservatórios de petróleo. Para expressar de forma mais real a relação entre as variáveis p, V e T, um fator de correção, denominado fator de compressibilidade de gás, Z, é introduzido na equação A.1:
 
pV = ZnRT                      eq.(A.6)
 
Onde, para um gás ideal Z = 1.
O fator de compressibilidade varia com a mudança de temperatura e pressão na composição do gás. Este deve ser determinado experimentalmente.
 
A.3 Determinação da viscosidade do gás através do método de Lee, Gonzalez e Eakin
A viscosidade do gás pode ser obtida por meio de:
 
μ = 104 K EXP(XρY )     eq.(A.7)
 
onde
 
K = (9,4 + 0,02 M) T 1,5 / 209 +19 M+ T
 
X = 3,5 + 986/ T  + 0,01 M;
Y = 2,4 0,2X
 
Nestas equações as unidades empregadas são: T =º R , μ g = cp ,
M = pesomolecular , ρ g = gr cm3 .
 
 
 Referências bibliográficas
 
 PORTAL GÁS E ENERGIA: gás natural. Disponível em:
http://www.gasenergia.com.br/portal/port/noticias/artigos/expectativa.
jsp. acesso em: 17 maio 2003
 
 PORTAL GÁS E ENERGIA: artigo técnico por Flavio Santos Tojal.
Disponível em: http://www.gasenergia.com.br/portal/port/noticias/artigos/expectativa.
jsp. acesso em: 17 maio 2003
 
TAREK AHMED, Reservoir Engineering Handbook, 2000
 
H. DALE BEGGS, Production Optimization, Using Nodal
Analysis,1991
AL-HUSSAINY, R., RAMEY, H.J. Jr. and CRAWFORD, P.b., 1966.
The Flow of Real Gases Through Porous Media. J. Pet. Tech., May:
624-636. Trans. AIME.
 
CHARLES R. SMITH, G. M. TRACY, R. LANCE FARRAR, Applied
Reservoir Engineering, Volume1, 1992.
 
CULLENDER, M. H. The Isochronal Performance Method of
Determining the Flow Characteristics of Gas Wells. Trans. AIME,
1995.
JONES L. G., BLOUNT E. M. and GLAZE O. H. Use of Short Term
Multiple Rate Flow Tests to Predict Performance of Wells Having
Turbulence. Paper SPE 6133, 1976.
 
H. DALE BEGGS, Gas Production Operations, 1984
 
CHI U. IKOKU, Natural Gas Production Engineering, 1984
MICHAEL J. ECONOMIDES, A. DANIEL HILL, CHRISTINE EHLIGECONOMIDES,
 
Petroleum Production System, 1994.
SUNJAY KUMAR, Gas Production Engineering , 1987
  JOE MACH, EDUARDO PROAÑO, KERMIT E. BROWN, A Nodal
Approach for Applying Systems Analysis to the Flowing and Artificial
Lift Oil or Gas Well, , SPE 8025, 1979
 
KERMIT E. BROWN, Nodal AND JAMES F. LEA, System Analysis
of Oil and Gas Wells, SPE 14014, 1985




 

 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

REFINO DE PETRÓLEO

REFINO

OBJETIVOS DA REfINARIA
Ø  PRODUZIR  ENERGÉTICOS: COMBUSTÍVEIS E GASES EM GERAL
Ø  PRODUZIR  NÃO ENERGÉTICOS: PARAFINAS, LUBRIFICANTES (RELAN, REDUQ) E PETROQUÍMICOS.

PROCESOS DE REFINO e ESQUEMAS de refino
Ø  PROCESSOS DE SEPARAÇÃO (TOPPING)
o   DESSALINIZAÇÃO
o   PRÉ-FLASH
o   DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA
o   DESTILAÇÃO À VÁCUO
o   DESASFALTAÇÃO A PROPANO
o   DESAROMATIZAÇÃO A FURFURAL
o   DESPARAFINAÇÃO a mibc
o   DESOLEIFICAÇÃO DE PARAFINAS a mibc

Ø  PROCESSOS DE CONVERSÃO (DOWNSTREAM)
o   CRAQUEAMENTO TÉRMICO
o   VISCO-REDUÇÃO
o   COQUEAMENTO
o   CRAQUEAMENTO CATALÍTICO
o   HIDROTRATAMENTO / HIDROPROCESSAMENTO
o   ALQUILAÇÃO
o   ISOMERIZAÇÃO
o   POLIMERIZAÇÃO
o   REFORMA CATALÍTICA
o   TRATAMENTOS QUÍMICOS

Ø  PROCESSOS DE TRATAMENTO DE DERIVADOS
o   TRATAMENTO BENDER
o   TRATAMENTO MEROX
o   TRATAMENTO COM DEA


OPERAÇÕES DE SUPORTE (processos auxiliares)
Ø  TRATAMENTO DE EFLUENTES
Ø  TRATAMENTO DE GÁS  e RECUPERÇÃO DE ENXOFRE
Ø  PRODUÇÃO DE ADITIVOS
Ø  TRATAMENTO DAS ÁGUAS CONTAMINADAS (BLOWDOWN)
Ø  COMPOSIÇÃO
Ø  ESTOCAGEM


DESSALINIZAÇÃO
Ø  ADIÇÃO DE 3 A 10% DE ÁGUA AO PETRÓLEO CRU AQUECIDO A 137º c;
Ø  ADIÇÃO DE DESEMULSIFICADORES E APLICAÇÃO DE POTENCIAL ELÉTRICO;
Ø  SEPARAÇÃO DA ÁGUA E DO ÓLEO EM VASOS SEPARADORES.

PRE-FLASH
Ø  RETIRAR FRAÇÕES MAIS LEVES (GLP E NAFTA LEVE);
Ø  REDUZIR O PORTE DA DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA;
Ø  O TOPO VAI PARA ESTABILIZAÇÃO SEPARAR GLP DA NAFTA leve;
Ø  O FUNDO VAI PARA OS FORNOS DE AQUECIMENTO DE CRU.

DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA
Ø  AQUECIMENTO DO ÓLEO CRU DESSALINIZADO  EM FORNOS A CERCA DE 350 A 400º c, NO MÁXIMO;
Ø  INTRODUÇÃO DA CARGA NA TORRE DE DESTILAÇÃO com 30 a 50 pratos (ZONA DE FLASH);
Ø   PRODUTOS LEVES: GAS COMBUSTÍVEL, NAFTA LEVE E GLP;
Ø  PRODUTOS LATERIAS: NAFTA PESADA, QUEROSENE, DIESEL LEVE, DIESEL PESADO, GASÓLEO LEVE E GASÓLEO PESADO (GAL E GAP) - STRIPPERS;
Ø  PRODUTO DE FUNDO: RESÍDUO ATMOSFÉRICO -  SEPARAÇÃO À VÁCUO


DESTILAÇÃO À VÁCUO
Ø  AQUECIMENTO DO residuo atmosférico  EM FORNOS  E VÁCUO A CERCA DE 400º C;
Ø  INTRODUÇÃO DA CARGA NA TORRE DE VÁCUO A UMA PRESSÃO  DE 40 a 100 mbar (0,2 a 0,7 psia) de VÁCUO;
Ø   PRODUTOS LEVES: GÁS RESIDUAL E GASÓLEO RESIDUAL DE TOPO;
Ø  PRODUTOS LATERIAS: GASÓLEO LEVE, GASÓLEO PESADO DE VÁCUO E GASÓLEO RESIDUAL (GOL, GOP E GOR);
Ø  PRODUTO DE FUNDO: RESÍDUO DE VÁCUO (RV) -  VAI PARA CRAQUEAMENTO OU PROCESSOS EXTRATIVOS.  “QUENCH” DE RESFRIAMENTO DE FUNDO.

deSasFALTAÇÃO A PROPANO
Ø  ADIÇÃO DE SOLVENTE – PROPANO LÍQUIDO A ALTA PRESSÃO (37 a 40 bar);
Ø  EXTRAIR FRAÇÕES LUBRIFICANTES DE ALTA VISCOSIDADE;
Ø  ADIÇÃO DE 4 A 8 VOLUMES DE PROPANO PELO FUNDO DA COLUNA EXTRATORA, PARA CADA VOLUME DE CARGA QUE FLUI PELO TOPO;
Ø  O ÓLEO MAIS SOLÚVEL NO PROPANO FLUI COM O SOLVENTE PARA O TOPO (EXTRATO);
Ø  oS ASFALTENOS E RESINAS  FLUEM PARA A BASE DA COLUNA JUNTO COM PROPANO (RAFINADO);
Ø  RECUPERAÇÃO DO PROPANO DAS DUAS CORRENTES ATRAVÉS DE FLASH DE DOIS ESTÁGIOS, RETIFICAÇÃO COM VAPOR E CONDENSAÇÃO DO PROPANO;
Ø  AS ÁGUS CONTAMINADAS COM PROPANO SAÕ ENVIADAS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS.


Ø  ADIÇÃO DE SOLVENTE – FURFURAL (ou fenol);
Ø  EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS AROMÁTICOS POLINUCLEADOS DE ALTO PESO MOLECULAR PARA aumentar a viscosidade e resistÊncia à oxidação dOS LUBRIFICANTES;
Ø  ADIÇÃO DO SOLVENTE PELO TOPO DA EXTRATORA;
Ø  OS AROMÁTICOS SOLÚVEIS NO FURFURAL FLUEM COM O SOLVENTE PARA O FUNDO DA COLUNA (EXTRATO);
Ø  o OLEO DESAROMATIZADO  FLUi PARA O TOPO DA COLUNA JUNTO COM PROPANO (RAFINADO);
Ø  RECUPERAÇÃO DO SOLVENTE NA CORRENTE DE TOPO (RAFINADO) – OBTENÇÃO DO ÓLEO DESAROMATIZADO;
Ø  RECUPERAÇÃO DO SOLVENTE NA CORRENTE DE FUNDO (EXTRATO) OBTENDO EXTRATO AROMÁTICO – EXTENSOR DE BORRACHA OU ÓLEO COMBUSTÍVEL.
Ø  AS ÁGUaS CONTAMINADAS COM PROPANO SAÕ ENVIADAS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS.


DESparafinação
Ø  diluição do óleo desaromatizado no SOLVENTE para melhorar a fluidez do óleo a baixas temperaturas – metilisobutilcetona (mibc + tolueno);
Ø  resfriamento da mistura até a cristalização das parafinas E filtração EM TAMBORES A VÁCUO para remoção das parafinas;
Ø  RECUPERAÇÃO DO SOLVENTE através de aquecimento e flash de dois estágios seguido de retificação a vapor
Ø  OBTENÇÃO DO óleo desparafinado e da parafina oleosa
Ø  o óleo lubrificante desparafinado é enviado para unidade de hidroacabamento;
Ø  a parafina oleosa  será a carga da unidade de desoleificação de parafinas OU COMERCIALIZADA PARA PRODUÇÃO DE GELÉIAS, VASELINAS, ETC.

DESoleificação
Ø  diluição da parafina oleosa para extração da fração oleosa  – metilisobutilcetona (mibc + tolueno);
Ø  resfriamento da mistura até a cristalização das parafinas E filtração EM TAMBORES A VÁCUO para remoção das parafinas;
Ø  RECUPERAÇÃO DO SOLVENTE através de aquecimento e flash de dois estágios, seguido de retificação a vapor;
Ø  OBTENÇÃO Da parafina dura que é enviada para hidrotratamento.
Ø  AS ÁGUaS CONTAMINADAS COM PROPANO São ENVIADAS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS.